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Um Novo projeto formado por C. Imperium e NecroWas ao lado do baterista Vochaos nasce o AGIOS LUCIFERI com uma proposta de som bem diferente de suas respectivas bandas como Ocultan e Carnage, vamos conhecer um pouco dessa nova empreitada musical que tem como influências bandas da velha guarda do Thrash/Death e old Black Metal…
Qual o propósito do Agios Luciferi? Vocês buscam trazer aquela velha essência underground em sua música e nas atitudes também? fale um pouco a respeito…
C. Imperium – Já estou a quase 3 décadas tocando em bandas de Black Metal. Além do Ocultan e Necrocosm , já fiz parte das já extintas bandas Luciferi, Dark Terror e Ossuary.
Com o passar dos anos comecei a sentir a necessidade de criar algo diferente, algo que não se encaixa com a sonoridade do Ocultan. Foi então que resolvi formar o Agios.
Já faz mais de 2 anos que surgiu essa ideia. Foi difícil para encontrar músicos que estavam dispostos a tocar esse estilo. A maioria dos músicos que conheço não demonstraram interesse, queriam tocar Black Metal na linha de Marduk , Dark Funeral, etc.
Devido a todas essas dificuldades para encontrar uma formação somente agora no início de 2021 consegui colocar as ideias em prática.
Despende de qual tipo de atitude que você está se referindo. Tudo que é relacionado a parte de composição e produção musical é influenciado por bandas dos anos 80 e início dos anos 90. Não ostentamos rótulos musicais, somos uma banda de metal extremo. Somos influênciados por bandas como: Venom, Bathory (Old), Celtic Frost, Hellhammer, Sodom, Possessed, Kreator, Destruction (Old), Slayer (Old), Exumer, Motorhead, Sarcófago, Death, Morbid Angel, Deicide (Old), Entombed, Dismember, Autopsy e algumas bandas de Black Metal do início dos anos 90.
Agios Luciferi tem uma temática que está mais voltada para Ocultan, Carnage ou para Necrocosm?
C. Imperium – As três bandas abordam temas relacionadas ao caminho da mão esquerda. A temática do Ocultan é mais voltada aos primórdios do caos e culturas relacionadas ao Caminho da Mão esquerda. No Necrocosm abordamos temas relacionados ao fim dos tempos retorno as origem e a evolução espiritual. No Agios abordamos temas relacionados a morte, maldição, praga, sofrimento, libertação espiritual, anti-religião, caos primordial e fim dos tempos.
Necrocosm é um projeto “one man band” tão extremo quanto Ocultan, seria um projeto experimental para uma nova temática?
C. Imperium – Como foi citado acima . Ambas as bandas abordam temas relacionados ao caminho da mão esquerda.
A Principal diferenças entre as bandas está na parte musical. O Ocultan segue uma linha mais trabalhada. O Necrocosm segue aquela linha mais ríspida e direta do Black Metal dos anos 90.
Como foi a escolha dos músicos para integrar o Agios Luciferi?
C. Imperium – Nossa formação ainda não esta completa. Estamos encontrando muita dificuldade para encontrar pessoas que estão dispostas a tocar esse estilo musical. A maioria das pessoas que conhecemos dão preferência para tocar Black Metal na linha de Marduk, Dark Funeral e Darkthrone e etc. Os poucos que demonstraram interesse estão impossibilitados devidos a seus compromissos com trabalho e suas respectivas bandas.
No início desse ano através do facebook notei que o Necrowas da banda Carnage postava alguns vídeos tocando riff de bandas da velha guarda. Entrei em contato com o mesmo que de imediato demonstrou interesse. Após algumas semanas marcamos para conversar pessoalmente e já começamos a falar sobre as composições e definimos o nome da banda. Fizemos alguns ensaios com o baterista Mephisto Luciferius, que na época também tocava comigo no Ocultan. Após sua saída do Ocultan o mesmo também foi desligado do Agios. Para não atrasar as coisas resolvi assumir a bateria. Já retomamos os ensaios! Em breve daremos inicio as gravações do debut!
No inicio dos anos 90 enquanto muitas bandas falavam em suas letras… “Hell, Satan, Spell…”, você decidiu colocar uma temática mais voltada para o “caminho da mão esquerda”, propriamente a quimbanda, isso na época causou uma certa polêmica, como analisa isso?
C. Imperium – Naquela época as pessoas envolvidas com metal extremo não tinham nenhum tipo de conhecimento sobre Quimbanda. A grande maioria só conhecia o satanismo tradicional. Faziam uma tremenda confusão, não sabiam diferenciar a Quimbanda da Umbanda. A maioria achava que éramos Umbandista (risos). Éramos alvo de muitas piadinhas, isso acabou ocasionando vários atritos, mas nunca deixamos barato. Sempre que encontrávamos com essas pessoas o tempo fechava. Não éramos do tipo de pessoa que levava desaforo para casa.
Com o passar dos anos as coisas começaram a mudar. Com o fácil acesso a internet as pessoas começaram a ter mais informações sobre a Quimbanda e outros cultos relacionados ao caminho da mão esquerda.
Outro fator que acabou influenciando muitas pessoas. Foi quando o Jon do Dissection declarou publicamente que era seguidor da Quimbanda. Só foi isso acontecer que a maioria mudou de ideia. Até mesmo alguns que criticavam a Quimbanda passaram respeitar (risos).
Você é um dos poucos músicos que vive exatamente aquilo que pregam em suas letras… arriscaria citar bandas que realmente vivem o que pregam?
C. Imperium – Prefiro não citar nomes para não acabar sendo injusto com algumas bandas que eu não conheço seus trabalhos a fundo. Tem muita coisa nessa tal cena que eu não concordo. Tem muita banda que toca por tocar, não tem sentimento por porra nenhuma. Infelizmente a maioria das pessoas envolvidas com o metal extremo não assumem o que realmente são. Essas pessoas seguem tendências, vão atrás daquilo que está em alta naquele determinado momento.
Com o Ocultan e toda polêmica ao longo dos anos você fez muitos inimigos dentro da cena underground…
C. Imperium – Sim! A maioria dessas pessoas não fazem mais parte da cena. Com o passar dos anos as máscaras caíram. Simplesmente sumiram.
O Ocultan foi a primeira banda a trazer essa temática a tona e hoje em dia parece ter muitas bandas explorando esse tema, isso incomoda?
C. Imperium – Não tenho nada contra as bandas abordarem a Quimbanda em suas letras.
Só não apoio essa molecada metida a besta que se acham os donos da verdade. Aqui o buraco é mais em baixo. Quando eu comecei a praticar a Quimbanda a maioria desses moleques nem eram nascidos. Jamais vou aceitar que venham colocar o dedo na minha cara, como fazem com muitos por aí. Hoje em dia o que mais se vê por aí são pseudos quimbandista se achando os donos da verdade.
Tem um templo de Quimbanda aqui de São Paulo, que de quimbanda não tem nada. O fundador desse templo se porta como um pastor de igreja evangélica .Só fala de dinheiro e outras coisas mundanas. Grava vídeos e posta no youtube falando mal de outros templos e batendo dinheiro na mesa para atrair cada vez mais seguidores (risos).
Você conheceu Jon Nödtveidt pessoalmente e se tornaram amigos trocando experiências, influências temáticas e musicais entre Ocultan e Dissection, como foi tudo isso?
C. Imperium – Antes de conhecer o Jon pessoalmente já vínhamos mantendo contato por e-mail. O Jon era um cara de mente aberta! Ao logo do anos trocamos várias ideias sobre ocultismo, espiritismo e o caminho da mão esquerda. Foi algo muito produtivo para ambos os lados. De certa forma, um acabou influenciando o outro. O Jon tinha muito conhecimento sobre várias culturas e suas tradições.
Ele foi responsável por trazer um novo conceito para o Black Metal. Algo mais sério, primordial e mais profundo. Uma junção de varias culturas distantes em questão territorial, que juntas se completavam por possuírem a mesma essência espiritual!
Existem muitas divergências em tempos modernos, uma delas é o Black Metal politicamente correto, como você analisa isso?
C. Imperium – Não existe Black Metal politicamente correto. O Black Metal sempre será o oposto das regras criadas pela sociedade. Não sei o que esse pessoal politicamente correto quer com o Black Metal. Esses moralistas de merda deveriam deixar o Black Metal de lado. Lugar de moralista é na igreja!!!
E falando em “politicamente”, existe uma “guerra” entre admiradores da direita e da esquerda, qual sua opinião sobre política no Black Metal?
C. Imperium – Política nada tem haver com os ideais do Black Metal. Vejo o Black Metal como um estilo anarquista, aonde não há espaço para política.
Esse pessoal parece um bando de lunáticos querendo pregar essa merda de política a qualquer custo. Sei de uma coisa, se somar o salário + benefícios de um político chega em torno de 40 mil reais. Para piorar ainda mais a situação, não se contentam e se envolvem com a corrupção. Por outro lado a maioria dos trouxas que defendem esses corruptos com unhas e dentes são pessoas que levantam todos os dias cedo pegam condução lotada em troca de um salário ridículo que mal dá para pagar as contas no final do mês (risos).
Como analisa o nosso atual underground nacional?
C. Imperium – Temos muitas bandas boas que não perdem em nada para as bandas “gringas”. O ponto negativo que tenho notado é que existem algumas panelinhas. Tem produtor de shows que só chama para tocar as bandas dos amiguinhos. Acho isso ridículo!
O que podemos esperar do Agios Luciferi? deixe sua palavras finais….
C. Imperium – Gostaria de agradecer a toda a equipe da Lucifer Rising e a todos aqueles que ao longo dos anos vem apoiando o Ocultan, Necrocosm e Agios Luciferi!
Em breve estaremos iniciando as gravações do debut!