Gravado pela Warhemic Productions, cai no portal da Lucifer Rising uma ogiva nuclear chamada “Regiments of Chaos”, a terceira demo da destruidora horda peruana Blasphemous Division.
A primeira faixa, “Intronomicon” abre o portal de Yog-Sothoth com uma introdução de sussuros e grunidos aleatórios, hora mais baixos, hora mais altos, que dá a profundidade de perceber que são seres malignos chegando em legião, de lugares diferentes (até mesmo pelo trocadilho lovecraftiano no nome da faixa). A introdução se une aos primeiros dois minutos da segunda faixa “Pits of Blasphemy”, que inicia com um riff denso e arrastado. A cadência da bateria e o peso do riff estendido por dois minutos gera ansiedade sobre o que está por vir. Enfim o vocal entra, emanando um gutural com significativo reverb, vociferando o terror de uma existência mórbida.
A bateria acompanha a violência e acelera, dando voz a um poderoso black/death metal sujo e horrível como tem que ser! Enquanto a guitarra, em momentos, é esmiuçada ao êxtase no meio do caos. O baixo é pesadíssimo, arrastando toda a composição para uma aura de profundo abismo. As letras falam sobre o desprezo a santidade cristã e seus dogmas. E esse desprezo é esternado em brutalidade sonora!
A terceira faixa “Demonical Ascendancy” já é um moedor de carne. Latente as referências de Blasphemy e da cena canadense do gênero. Bumbo muito marcado, guitarra em riff simples, mas muito rápida e baixo denso. Os solos são frenéticos e curtos.
A quarta faixa, “Sang Real”, tem uma introdução que me lembrou bastante o Deicide no “Once Upon the Cross”. Depois dessa primeira passagem, esse som é uma obra-prima da hostilidade sonora. Com pausas bem marcadas alternando em um riff cabuloso – algo parecido com o que o Sarcófago faz na “Nightmare”, porém em “Sang Real” é feito de forma mais rústica e seca. Com uma guitarra maligna, um baixo pesadíssimo e uma bateria espancada sem nenhuma piedade, este elejo o destaque desse álbum. E depois desse trecho, vem uma sequência de pancada e desgraça pra nenhum ouvinte do gênero colocar defeito, resultando em um efeito caótico de total sujeira e insanidade. Que faixa!
A última faixa “Gates of Gehenna”, inicia com uma missa e pessoas em oração. Em seguida, uma bomba cai sobre ela. Após isso, segue um breve riff, de encerramento do álbum.
Toda essa violência é comprimida em apenas 14 minutos, dando a sensação de um massacre rápido e indolor do anticristianismo sobre os dogmas cristãos, a dizer pelas letras desse um quarto de hora apocalíptico! É um álbum, que, apesar de curto, preza pela atmosfera que quer transmitir, com introduções e muito peso. Gosto muito.
Nota – 9/10
Formação da demo:
Apocalyptic Beast – Guitarra/Vocal
Black Soldier – Baixo
Krucifixion – Bateria
Gênero: Black/Death metal
Banda: Blasphemous Division
País: Peru
Ano de lançamento: 2016
Gravadora: Warhemic Productions (2016) / Kampf Records (2017)
Tipo: Demo
Mídia: Cassete