Áudio para deficientes visuais
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Dificilmente pode haver quem aprecie Metal extremo e nunca tenha ouvido o nome BLASPHEMY, digamos que a mesma importância que o IRON MAIDEN tem para o Heavy Metal, o BLASPHEMY tem para o DEATH e o BLACK METAL em todo o mundo!
Com sua música extremamente profana, suja e pesada, arrasta uma legião de fãs por todo o planeta, e influenciou milhares de outras bandas até hoje!
Uma banda que lançou poucos trabalhos durante todo o seu tempo de atividades, mas estes até os dias atuais recebem reedições de todos os tipos de formatos imagináveis.
Tivemos o prazer de conversar com o mentor e um dos criadores dessa maldição bestial chamada BLASPHEMY, com vocês as palavras do sr. Black Winds!
Salve grande Black Winds! Antes de mais nada, muito obrigado pela oportunidade de falar sobre a entidade chamada BLASPHEMY! Conte-nos como surgiu o desejo de formar uma banda, quais bandas você ouvia na época e eram influentes e quais foram as maiores dificuldades que você teve na época?
Black Winds – Muito obrigado pela entrevista…
Nós só queríamos fazer a primeira banda de Black Metal em Vancouver depois de ver algumas bandas de hardcore 1 ou 2 bandas de speed metal, estávamos ouvindo coisas como a demo e o primeiro LP do Sodom, as demos do Genocide (Repulsion), as demos eram muito mais cruas. E também a demo do Hellhamer, o primeiro LP do Bathory e o segundo LP do Venom, então nós queríamos fazer a nossa própria banda NUKE METAL /BLACK METAL.
Dificuldades… Bom, posso mencionar que uma das maiores dificuldades foi quando o Black Priest deixou a banda por meses, e depois que ele saiu eu fiquei parado por sete meses e você sabe, estive bebendo e envolvido em brigas, coisas que a polícia de merda não gosta. E a segunda dificuldade foi conseguir um lugar para ensaiar.
A demo-tape “Blood upon the altar” foi e é aclamada até hoje em todo o mundo, conte-nos, como foi a gravação dessa demo tape?
Black Winds – (risos), a gravação não foi das melhores, mas colocamos o que queríamos, incluindo a arte da introdução.
1990 é o ano! Um dos maiores e mais representativos álbuns do estilo é lançado, aclamado e servindo de influência em todo o mundo até hoje, com inúmeras versões oficiais e não oficiais. Você na época do lançamento tinha alguma ideia da importância que o álbum “Fallen angel of doom” teria mundialmente? Conte-nos algumas curiosidades: Quem fez a capa? Quantas versões no total foram lançadas? Quanto tempo levou para gravar o álbum inteiro? Você tem uma música favorita neste disco?
Black Winds – Bem, eu não tinha certeza da importância que isso teria em todo o mundo, estou apenas feliz por termos divulgado o trabalho artístico de um grande amigo nosso.
Músicas favoritas, hmm, na verdade eu gosto de todas igualmente, tanto quanto os LPs foram que foram prensados, não tenho certeza sobre isso, desculpe mano, só tivemos algumas semanas para gravar, teria sido bom ter mais tempo para fazer tudo que precisava para torná-lo um pouco melhor.
As fotos da contracapa de “F.A.O.D.” são realmente incríveis, elas foram tiradas no famoso cemitério de ROSS BAY correto? Quem teve a ideia de tirar as fotos lá e por quê?
Black Winds – Na realidade não, a foto de Blood Upon The Altar foi tirada em ROSS BAY. Algumas ideias foram minhas e as outras foram todas feitas no cemitério Fraserview em Vancouver.
Após 3 anos, o álbum “Gods of War” é lançado, a meu ver com uma sonoridade ainda mais brutal e selvagem do que o debut, mas a demo “Blood upon the altar” foi incluída como bônus, razão pela qual eles não fizeram um álbum mais antigo?
Black Winds – Sim, eu concordo, mas ainda poderíamos ter colocado mais 2 ou 3 músicas.
A turnê “Fuck christ tour” que o BLASPHEMY fez junto com o IMMORTAL e o ROTTING CHRIST é muito conhecida, imagino que essa turnê tenha ajudado muito a divulgar a banda pelo mundo, o que você pode nos dizer sobre essa turnê?
Black Winds – Eu não posso falar muito sobre essa turnê. Eu fiz uma pausa porque alguns dos caras não estavam bem com a banda e indo para o Death Metal, então depois de alguns anos eu tive fazer algumas mudanças de membros e realinhar o Blasphemy para o Black Metal que sempre executou desde o início, e comecei a pensar de como eu não queria que minha banda fosse um Death Metal enlatado de merda.
Então eu tive que desistir mais uma vez. Não posso falar muito sobre essa turnê, então, felizmente voltei para balançar correntes com as granadas para acordar algumas pessoas.
Falando em shows, em 2013 o BLASPHEMY fez sua primeira aparição no Brasil no festival Brazilian Ritual, quais foram suas impressões? O que mais você gostou? Como foi esse primeiro contato com fãs brasileiros, bandas…?
Black Winds – Ohhhh FFFUUUCK BRASIL!!! Tem bandas de Black Metal sérias e brutas. Todo o Blasphemy ficou extremamente feliz de estar por aí. Todos que encontramos eram grandes pessoas e eram todos verdadeiros maníacos e ver a multidão em 2013 foi ótimo.
Nós conhecemos tantas pessoas de grandes bandas como Mausoleum, Necrosound, Wolflust e mais os caras do Goatpenis. É claro que foi a primeira vez que conheci todo mundo. E as bandas com as quais tocamos eram ótimas.
Assim o Reinaldo do Impurity e Loucyfer, Leprous que estava naquele ótimo split* que tenho cara.
(*Warfare Noise 1)
Continuando por terras brasileiras, em 2017 o BLASPHEMY volta ao Brasil para mais 3 apresentações, uma delas na lendária cidade de Belo Horizonte, berço de grandes bandas brasileiras como SARCOFAGO, SEPULTURA, HOLOCAUSTO, MUTILATOR, SEX TRASH, CHAKAL, entre outras . outros, inclusive dividiram o palco com SEXTRASH, HOLOCAUSTO e GOATPENIS naquele dia, e também foram conhecer o cemitério do Bonfim onde foram tiradas as fotos do poderoso INRI, tive até o prazer de estar juntos neste dia memorável, conte-nos como foi dia foi para você!
Black Winds – yyeeaahh!!!! Não poderia ter sido melhor, foi um dia lendário para nós e isso nunca poderia ter acontecido sem um irmão que todo mundo conhece, o Eduardo Beherit.
E dividir o palco com Holocausto, Sex Trash e Goatpenis foi uma ótima maneira de passar essa noite em Belo Horizonte. Depois de ir ao cemitério do Bonfim e teria sido ótimo se Wagner Antichrist pudesse estar lá para estar no centro para uma segunda rodada em frente da lápide do Sarcófago.
Aqueles três shows foram extremamente brutos e estar com alguns dos melhores caras como Armando (Mystifier) e o Douglas (Mausoleum) yyeeaahh!!!! Passamos alguns dias verdadeiramente ótimos e o Eduardo Beherit foi ótimo e ele sabe realmente como fazer grandes festivais de Black Metal e mais, eu esqueci de falar que a galera do Goatpenis estava no Bonfim e claro que outro grande irmão foi o Mauro do Wolflust, ele estava presente no cemitério do Bonfim e passeando com todos. Assim só para dizer de novo que as coisas não poderiam ter sido melhores e foi muito bom estar realmente em Belo Horizonte.
Uma pergunta agora para você, em 2017 foi criado o BLASPHAMAGOATACHRIST, do qual você faz parte juntamente com membros das bandas GOATPENIS e ANTICHRIST do qual foi lançado uma Demo e um álbum, mas infelizmente em 2021 perdemos o grande guerreiro Evandro Sabaoth que fazia parte desse treinamento, gostaríamos de saber se o projeto vai continuar? ou algum outro material será lançado?
Black Winds – Depois de perder nosso irmão o grande guerreiro Evandro foi muito difícil para nós, como eu imagino que também foi muito difícil para muita gente no Brasil… se não fosse pelo Covid nós teríamos tocado em São Paulo com ele… mas é claro que muitos festivais e shows ao redor do mundo foram cancelados por causa disso. Eu realmente não sei dizer se haverá outra gravação ou show. Mas espero sim.
Oh yyeeaahh!!!! Saiba que a Lucifer Rising é um ótimo portal e mais especialmente depois de ver o flyer com o Wagner Schipanski na frente.
Novamente sobre a cena brasileira, quais bandas você mais gosta no Brasil da cena antiga e você conhece bandas mais novas também? Você poderia destacar algum? E há alguma chance do BLASPHEMY tocar novamente no Brasil?
Black Winds – Eu gosto das bandas mais antigas do Brasil… Sarcófago, Vulcano, Holocausto, Sex Trash, Goatpenis, Mausoleum, Impurity, Necrosound, Wolflust e muito mais… gosto de pensar que o Blasphemy poderia tocar novamente no Brasil, há tantas bandas que gostaria de compartilhar o palco como Mystifier, Mausoleum, Wolflust, Loucypher, Goatpenis e Necrosound seria ótimo tocar com qualquer uma dessas bandas.
3 Black Hearts of Damnation and Impurity é o baterista oficial do BLASPHEMY desde o início correto? Mas geralmente outros bateristas são convidados para apresentações ao vivo como Vaz (BLACK WITCHERY), por quê?
Black Winds – True Black Hearts está desde o início, mas depois de 25 anos de viagens eu acho que pra ele foi o suficiente, eu acho que ele não gosta mais de viajar e é claro que ele ainda é um maníaco, mas é por isso que tivemos o Vaz do Black Witchery tocando para nós e também o Kev de Weregoat.
Tivemos 2 anos de COVID com muitos eventos cancelados ao redor do mundo, e agora todos pensavam que teríamos um ano diferente em 2022, mas estamos vendo vários cancelamentos novamente, a pandemia interferiu na agenda de turnês da banda? Eles tiveram que cancelar apresentações? Você tem shows marcados para 2022?
Black Winds – Yyeeaahh, tiveram que cancelar no brasil como você sabe e sim, tenho certeza de que havia algumas compilações com blasfêmias a caminho… o único evento que eu conheço que poderemos estar tocando é em Tijuana (México) através do NWN Rec. espero que possamos tocar mais.
My friend, thank you very much for the interview! Leave your final words for all Brazilian maniacs!
Black Winds – Sim, gostaria de agradecer a você Mauro do Wolflust por me proporcionar esta entrevista, é a primeira de duas entrevistas que respondi nas últimas semanas, gostaria de dar um salve a todas as minhas bandas brasileiras favoritas, como Mausoleum e os caras… Necrosound (Wagner) e claro! Wolflust e você Mauro. Eduardo Beherit da Brazilian Ritual Records.
Reinaldo & Impurity, Holocausto, Sextrash, Goatpenis, Mystifier e espero estar no Brasil novamente algum dia.
Foda!!!!!! 666!!! Obrigado pela entrevista.