Áudio para deficientes visuais
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Estamos diante a uma banda que teve o seu nome difundido em todo mundo e classificado por muitos um dos grandes nomes do Death Metal mundial. Este ano a banda surpreendeu a todos com o lançamento do EP Timewave Zero, os fãs do mundo inteiro se manifestaram e ficaram definidamente divididos. Jeff Barret, Paul Riedl e Morris Kolontyrsky gentilmente cederam essa entrevista para falarmos de seus pontos de vistas pessoais sobre tudo que está acontecendo após o lançamento do EP. Boa Leitura!
Qual a sua visão sobre o Death Metal subterraneo?
Paul – De 1999 a 2009 foram 12 grandes discos de Death Metal e nove deles foram feitos por bandas lendárias como Immolation, Incantation, Nile, Morbid Angel – essas bandas famosas. Mas o underground teve um impacto insignificante na música contemporânea relevante. Não apenas sendo tipo, ah sim, eu gosto da segunda demo do Dismember também, tentando ser interessante e pró-ativo, mas também não confuso com essa era pós-digital das plataformas digitais que bate palma para qualquer cena.
Sobre a fusão de sons em seu novo álbum, estou lendo muitas críticas negativas na internet, qual a sua opinião?
Paul – Nossa banda existe puramente para nossos próprios interesses. É por isso que misturamos tudo o que as pessoas pensam, “você não pode ter um riff de funeral doom em um riff de black metal que vai para uma parte limpa de guitarra e depois vai para o Pink Floyd. Você não pode fazer isso.” E nós ficamos tipo, isso é loucura”, porque estou ouvindo esse disco que literalmente acabamos de fazer e ele faz isso, “então do que você está falando?” Não nos importamos com o que eles têm a dizer.
As pessoas ficam tipo “essa banda é ótima”. Bom. As pessoas ficam tipo “oh, essa banda é uma merda”. É como, “OK, espero que sua banda seja melhor.” Eu sei que não. Se eles tivessem algo pra fazer com seu tempo, estariam se ocupando com o que é melhor pra eles. Eles não estariam na internet dizendo às pessoas que minha banda não é tão boa. Você sabe o que eu estou dizendo? Você tem algo para fazer. Essa é a razão pela qual você nunca verá ninguém em uma banda de verdade falando merda sobre uma banda mais jovem.
Ninguém nunca vai criticar alguém tentando fazer algo. Você só vai ser criticado por pessoas que não têm nada para fazer, e ou querem um pedaço de alguma atenção, estão com ciúmes ou entediadas, ou não importa. Se eles tivessem algo espiritualmente, artisticamente, criativamente atraente e gratificante, essa seria sua prioridade. E é por isso que nossa banda é assim, porque isso é tudo que nos importa. Nós só queremos fazer música que seja significativa para nós. E quando as pessoas adoram, isso é doentio. Adoramos e apreciamos essas pessoas e elas vêm e conversam e nós saímos com elas. Estamos tranquilos. Está tudo ótimo. Mas nossa música teria a mesma aparência e soaria exatamente como é, mesmo que ninguém ouvisse.
Qual é a sua definição de sucesso?
Morris – Você pensa em todas essas bandas gigantes como Iron Maiden, Pink Floyd, Opeth – tanto faz. Quando as pessoas pensam neles por anos, é como, “OK, essa banda está apenas fazendo o que sempre fez”. Você diz o nome deles, imediatamente sabe o que é, como soa. Eles atingiram um certo nível, certo? Eles chegaram ao público de uma forma que a maioria das bandas não conseguem. Então, o sucesso final para nós é literalmente a mesma coisa.
Paul – Talvez para você. Meu sucesso final é poder não ter que tocá-la e eu posso ouvir e ouvir toda essa música, não seria legal se o riff fizesse isso e depois aquilo e essas coisas. Eu poderia sentar, eu poderia fumar minha maconha e ouvi-la e não ter que executá-la fisicamente ouvindo alto.
Morris – Você cria sua própria linguagem, sabe? E então outras pessoas tentam falar isso. É muito louco.
Faz ideia de como são os fãs de Blood Incantation e o que eles esperam de vocês?
Jeff – Há um espectro muito amplo de pessoas, eu diria. Nós encontramos muitas pessoas que não gostam de metal e elas estão tipo, você sabe, “Eu não entendo de metal, mas eu escutei seu disco e realmente ficou bom.”
Paul – E é porque faz mais de uma batida em mais de um riff. Isso mistura tudo, e há uma dinâmica musical dentro de cada música que você pode entrar nesse pequeno mundo. Por um lado, todas as nossas músicas soam um pouco diferentes, mas todas soam como uma música do Blood Incantation. Você pode pegá-los e ficar tipo, oh, isso é definitivamente um riff no estilo Blood Incantation ou qualquer outra coisa. Ou você sabe, sem ofensa, mas tipo, eu amo o Motörhead, mas você pode ouvir uma ou 30 músicas do Motörhead. Eu sei que é o Motörhead, mas não tenho ideia de que disco é além desses seis primeiros. Você entendeu o que eu quero dizer?
Sobre o Timewave Zero, sinto nitidamente ao ouvir, uma trilha de cinema…
Paul – Nós só queremos fazer um show literalmente como Tangerine Dream em uma catedral, velas em todos os lugares, sintetizadores gigantes em todos os lugares, visuais projetados em nós e imagens projetadas atrás de nós. Isso é tudo o que queremos fazer, cara.
Muito obrigado pela oportunidade e as ultimas linhas são suas…
Paul – Nós que agradecemos…
Se eles acham que o Timewave soa como uma trilha sonora planetária, eles estão certos e nós faremos isso por eles e por dinheiro. Assim como o Pink Floyd. Faremos uma trilha sonora só para eles e por dinheiro. E o filme tem que ser ótimo.