Não há dúvida do quanto o DARKTHRONE se tornou um banda que atrai polêmicas em torno de suas escolhas musicais e estéticas. O público mais xiita sempre espera que a banda faça um novo “Transilvanian Hunger”, enquanto uma minoria sonhadora fique presa ao icónico “Soulside Journey”. O que a maioria não atendeu até hoje é que o DARKTHRONE não é aquilo mais e há muito tempo. Pessoalmente eu conseguir entender todo o processo de mudança da banda e gosto de todos os álbuns, alguns mais e outros menos, mas gosto de todos.
O último álbum havia sido lançado em 2016 e desde então todos estavam na expectativa de Fenriz e Nocturno Culto virem com algo novo. “Old Star” é o seu novo álbum e está sendo lançado hoje pela Peaceville Records. A música que abre o álbum é a tradicional “I Muffle your Inner Choice” e ela traz bastante daquele tradicional som da banda. Soa black metal, mas não é algo totalmente die-hard. Achei a música realmente foda. A crueza e frieza da música são o que sempre esperamos de um novo material do DARKTHRONE. “The Hardship of the Scots” havia sido divulgada como o primeiro single do novo álbum e em um primeiro momento não me agradou por completo, talvez porque esperava uma música mais rápida como primeiro single. Mas o tempo passado, acho uma grande faixa. É extremamente pesada (dentro dos padrões DARKTHRONE de peso) e traz influências claras do metal dos anos 80 e algo de Black Sabbath em algumas bases de guitarra. Não se preocupem ! A banda não se tornou stoner. A faixa título é mais instrospectiva. “Old Star” soa dissonante e é bem mais cadenciada. Definitivamente soa como o black metal do DARKTHRONE, mas em um nível mais atualizado, ainda que seja bem primitiva e simples em sua construção. A próxima música é “Alp Man”. Aqui a velocidade aumenta um pouco mais e se torna uma das grandes faixas de “Old Star”. Bases de guitarra totalmente viciantes. Ao vivo isso soaria muito foda.
Ainda ontem divulgamos aqui no portal da LUCIFER RISING o vídeo da música “Duke of Gloat” e acaba que ela se tornou a melhor música do álbum, pois mostra a faceta mais primitiva do DARKTHRONE, que é onde a banda brilha. O álbum fecha com a longa música “The Key is Inside the Wall”, outra faixa mais lenta e que preza pelo peso e clima, ainda que solte aqui as influências do velho Celtic Frost, lembrando o trabalho apresentado no clássico “Panzerfaust”. Juntamente com “Duke of Gloat” é minha música favorita. Ao terminar a audição desse álbum ficou claro que a banda deixou de lado um pouco aquela pegada mais punk/hc e abraçou um pouco mais o seu lado black metal, ainda que em uma simbiose com o que o DARKTHRONE se tornou nos últimos anos. Excelente álbum, arrisco dizer bem melhor do que o último “Arctic Thunder”, que eu pessoalmente gostei também. Fenriz e Nocturno Cult criam sua música dessa forma e realmente é algo que foge do trivial do que todos esperam. Fazer o que se quer e se gosta se se importar com a opinião alheia. O DARKTHRONE faz isso como ninguém e está aí há mais de 30 anos. Isso conta muito a favor da sua história. Com certeza é um sólido 9/10.