Áudio para deficientes visuais
|
Com o seu mais novo álbum lançado em 2020 intitulado “Some Nice Flowers” o Erasy trouxe à tona a sua capacidade de hipnotizar os hellbangers de todo o mundo. De fato é um disco impressionante. Para falar sobre este grande trabalho convidei o irmão Leandro Carvalho para nos relatar sobre as conquistas obtidas com este trabalho e sabermos também como a banda superou o caos/covid, claro!, quais novidades estão a caminho. Boa Leitura!
Salve meu nobre Leandro, está tudo bem com você e o Erasy? e como estão as coisas em Feira de Santana/BA?
Leandro – Grande Lozano! Tudo certo comigo e a Erasy. Aqui em Feira de Santana ainda está tudo muito turvo no tangente a shows de metal. No mais está tudo indo. Mais devagar do que esperávamos, mas indo.
Já faz um pouco mais de 1 ano que vocês lançaram o ótimo “Some Nice Flowers”, como você descreveria para nós os feedbacks e o alcance que este material fabuloso teve no Brasil e no Mundo?
Leandro – Olha Hellbrother, tem sido altamente positivo dado o cenário apocalíptico ao qual estamos inseridos. Primeiro por ter conseguido excelentes selos para o lançamento. Segundo por ter tido uma ampla divulgação nos meios digitais, aos quais são os que estão ao nosso alcance somente. Pois a gente acredita que o metal underground vive de shows, do contato, das trocas com outras bandas e público. Apesar desse impedimento tivemos resenhas muito boas, divulgação em canais gringos e nacionais. Hoje, pra se ter uma ideia, nossa audição em uma plataforma de streaming é mais gringa que brasileira. Isso é bom mas nos acende um alerta pra que possamos fazer mais divulgação em geral. Então hoje podemos dizer que o alcance diante de todas as adversidades nos surpreendeu bastante.
Realmente o “Some Nice Flowers” foi concebido em meio ao cenário caótico que já estava estabelecido por aqui e no mundo. De certa forma você sentiu que esse cenário atrapalhou em todos os aspectos que envolveu o lançamento e divulgação deste trabalho? Como a banda lidou com isso?
Leandro – Pra gente tomar a decisão de lançar no meio da pandemia já foi bem difícil. Com o material todo pronto, arte finalizada, fechado com os selos e sem qualquer previsão de possível volta à “normalidade”, chuvas de lives, entrevistas online e festivais online. Como captamos que a tendência era essa, do tudo online, resolvemos apostar as fichas nisso. E deu certo até onde poderia alcançar. A performance de palco. O giro de shows e as banquinhas são de suma importância pra sobrevivência do underground. Como falei anteriormente. Uma banquinha no show, por exemplo, a gente consegue passar muito material nosso que online. Fazer trocas de materiais com outras bandas, ou seja, fica bem mais fluído “espalhar a palavra”. Resumindo, não atrapalhou em todos os aspectos, mas sim, atrapalhou o principal aspecto. Apesar dos resultados fodas obtidos. E confesso que a gente lidou com isso de várias maneiras, primeiro uma distância obrigatória bem escrota e depois a vontade de produzir mais materiais veio à tona.
Você pode nos falar quais são os planos para este ano?
Leandro – Então, tá tudo meio bagunçado ainda. Mas estamos produzindo. Primeiro estamos preparando o material ao vivo gravado no Dopesmoke Festival do ano de 2021 pra lançar em breve. E já temos algumas músicas novas gravadas aguardando finalização pra lançarmos um EP no primeiro semestre de 2022. E um full no segundo semestre. Mas tudo isso depende de grana. Precisamos investir em boas gravações e material gráfico também de qualidade, tudo isso demanda investimento e a situação econômica hoje em geral não tá umas das melhores. Fora isso esperamos fazer shows divulgando o Some Nice Flowers. Temos planos e convites para nordeste e sudeste e esperamos que se concretize.
Espero muito que vocês venham para o sudeste. Já que você acabou de falar de um novo álbum para o segundo semestre desse ano, a minha curiosidade aguçou (risos). Poderia nos adiantar algumas informações sobre o mesmo?
Leandro – Nós esperamos tocar por aí também! Sobre as novas composições a ideia é fazer um EP e um Full dentro de um tema só pra ficar um trabalho bem coeso. Nós temos variado entre nossas influências, então tem música que vai soar mais Doom Clássico e outras mais Stoner Doom, com riffs hipnóticos e bastante chapados. Porém há uma vontade na gente de fazer um material mais trabalhado, talvez com menos repetições e mais evoluções. No final das contas até o que sai pra gente é meio que uma surpresa. É como a gente imergisse nos ensaios de composições e depois temos que ouvir tudo que foi produzido pra entender o que fizemos. Uma doidera da porra! Tudo isso é possível devido a sintonia musical que temos enquanto integrantes. A coisa flui de um jeito que as vezes nos assusta. Rs!
E por falar em novidade, vi e ouvi a coletânea “The Power Of Doom Metal Bahia”, essa iniciativa partiu de quem? há pretensão de lançá-lo ao vivo?
Leandro – Isso sim que é novidade boa! Uma coletânea histórica para o metal baiano em geral. A iniciativa veio dos hellbrothers Jhon Silva, baixista da Lamentos e do Edmar, vocalista da The Crypt. Uma ideia pra lá de genial para trazer à tona o cenário Doom Metal que temos aqui no nosso estado. Tanta banda foda que vive nas sombras e, esperamos que com essa coletânea as coisas mudem de proporção. No entanto as dificuldades são muitas. Estamos angariando selos para lançar esse material físico e nas plataformas digitais. Muitas das bandas da coletânea estão lançando materiais novos e nós sabemos que há um bom gasto nisso. Portanto estamos nessa luta pra conseguir um selo e alguma ajuda pra produzir as peitas, pois a capa está muito foda! Arte assinada pelo Jhon da Lamentos. Merece uma peita.
Meu hellbrother, muito obrigado por nos conceder esta entrevista, é sempre uma honra. O espaço está aberto para as suas considerações finais…
Leandro – Gostaria de agradecer pelo espaço que nos foi cedido. Dizer que a honra é toda nossa em poder trocar essa ideia sobre o que mais gostamos de fazer. Isso é realmente foda. Espero que todos aqueles que estão aqui a procurar saber mais nos escutem, comentem, resenhem, enfim, estamos com o som aí sendo espalhado e vontade de produzir coisas novas muito motivada por aqueles que nos ouvem!