Na ativa desde 1992 a banda Viking Black Metal Helheim chega a seu décimo álbum com o fantástico “Rignir” que tem data de lançamento prevista para 26 de abril pela Dark Essence Records.
À primeira vista o novo álbum soa bem diferente de seu antecessor LandawaijaR de 2017, aliás eu diria que apenas alguns poucos elementos me remeteriam aos álbuns RaunijaR de 2015 e Kaoskult de 2008 e que basicamente eles criaram algo único em sua carreira com esse novo lançamento. Os vocais de V’gandr e H’grimnir estão muito mais variados e épicos enquanto que o clima geral das músicas está muito mais contido e introspectivo. Os arranjos estão muito mais sombrios e o andamento geral das composições é mais melancólico. A riqueza de texturas que permeiam o álbum é fantástica e os arranjos são muito pensados e bem elaborados. Certamente não será em apenas uma audição que se absorverá todos os elementos de “Rignir” dada à quantidade de detalhes menos óbvios distribuídos pelas faixas. A produção primorosa a cargo de Bjornar E. Nilsen (Vulturine Industries e Black Hole Generator) e da própria banda conseguiu capturar e transmitir toda uma aura de desolação que não se encontra nos álbuns anteriores do Helheim.
A banda diz que a inspiração para compor esse álbum veio do clima de Bergen durante o outono e inverno norueguês e realmente pode-se imaginar que dias cinzas, muita chuva e neve devem ter guiado a sonoridade de “Rignir”.
A faixa titulo que abre o álbum tem um tema principal baseada em uma melodia simples, daquelas que grudam em sua mente e não sai mais. A segunda música “Kaldr” já traz alguns elementos característicos do antigo Helheim que fãs mais fiéis com certeza reconhecerão. “Hagl” que vem em seguida começa de forma minimalista e torturante com um arranjo baseado em vocal e dedilhado evoluindo em um Black metal a meio tempo com um jogo de vozes muito interessante e bem encaixado. As próximas “Snjóva” com suas harmonias vocais solenes e “Ísuð” com sua forte inspiração em Bathory da fase Hammerheart mantém o nível de Rignir alto chegando finalmente em Vindarblástr, que para mim é a melhor composição desse álbum com as vocalizações mais poderosas, variadas e inspiradas, transbordando sentimento. Se tivesse que indicar uma faixa pra alguém, que pudesse apresentar todo o conjunto de elementos desse lançamento, com certeza seria essa. Continuando temos “Stormviðri” e seu andamento lento, melancólico e arrastado e fechando de forma perfeita com “Vetrarmegin” e seu forte vocal principal carregado e meio rouco.
A banda conseguiu cumprir com o prometido quando anunciaram dizendo que fariam o álbum mais intrigante de sua carreira, porém sem nos presentear com alguma surpresa desagradável. “Rignir” em minha opinião, agradará aos antigos seguidores desses noruegueses e pode ainda trazer novos fãs a essas fileiras.
O álbum sairá somente em abril, mas se você estiver ansioso a gravadora já disponibilizou um single da faixa titulo que você pode ouvir no link abaixo: