
Dia 16 de novembro de 2019 será com certeza lembrado por todos que estiveram presentes, foi o dia que São Paulo foi tomada por uma energia diabólica, o inferno esteve por aqui.
Tivemos a presença de grandes nomes do caos e da morte, uma celebração que trouxe o regozijo para os amantes e seguidores da escuridão.
Foi uma celebração que me chamou muita atenção pela sua organização e um dos poucos que posso afirmar que teve uma preocupação grandiosa com a sonoplastia, podia-se ouvir as bandas tão perfeitamente que impressionava.
A organização está realmente de parabéns, tudo aconteceu em seus devidos horários e as bandas se apresentaram de forma impecável. Repito IMPECÁVEL.
Está chegada a hora, sobe ao palco o renomado Malediction 666 que abriu o evento com muita vontade de destruição, foi uma apresentação Bestial. O Fernando Iser parecia estar possuído, esse front man manifestou de forma degenerada o seu talento nato, vociferações diabólicas e um exímio músico.
E para nossa satisfação estes demônios apresentaram músicas de seu mais recente álbum chamado We, Demons que foi lançado este ano via Voz Da Morte Records e que já figura entre os melhores álbuns do estilo… subterrâneo, satânico e grandioso.

Terminada a este espetáculo de pura blasfêmia, é chegada a hora da presença de espíritos malignos, uma morbidez que arrepiou a todos, uma tenebrosa aparição de seres negros, sem rosto e emergidos do abismo que estavam aqui para disseminar e perpetuar a escuridão. Estou falando do intrigante e belo Jupiterian.
Quando esses espíritos iniciaram sua apresentação, uma energia arrepiante tomou conta de todo lugar, o palco naquele momento tinha se transformado em um negro altar onde todos os presentes literalmente presenciaram uma apresentação que deixou a todos com seus olhos fixados, atônitos por este momento único e afirmo, marcante.
Foi absurdamente pesado e apaixonante. Achou estranho esse termo que usei agora “apaixonante”?, de fato foi. Foi o momento que percebi o público vidrado, congelados com tamanha exuberância.
Do inicio ao fim deste culto trevoso, as suas músicas soavam como hinos evocando as mais malignas forças e que de fato pareciam estar ali naquele momento… posso definir que esta apresentação foi negra, ritualística, melancólica e belíssima.
Depois dessa apresentação tive que respirar um pouco para recompor as energias que pareciam serem tiradas de mim pela presença nefasta que pairava no lugar.
E findado este merecido intervalo, sobe ao palco o renomado Nervo Chaos que chegaram com vontade de destruir o local. Foi violento, extremo no sentido literal da palavra.

Ouso a afirmar que este line-up é o melhor de toda sua carreira, com uma presença de palco devastadora e contagiante. Apresentando seu Death Metal matador a banda deixou sua marca de sangue nesta noite.
E a apresentação das músicas de seu mais recente álbum foi magnifica, impecável, e muito esperado por todos os presentes. E ainda ouso a dizer que é um dos melhores trabalhos de sua grande carreira.
Foi uma demonstração de uma banda que está na estrada a anos e que trouxe ao público toda sua experiência adquirida. Que o Nervo Chaos continue trilhando este caminho representando nosso underground por todo mundo.
Vou te fazer uma pergunta… você sabe onde fica Malta?
Malta é um pequeno país que fica bem pertinho da Itália, perto da Sicília e, portanto, no berço da cultura mediterrânea e que impressionantemente tem o inglês como língua oficial.
E é de lá que veio uma banda tão impressionante e que realmente destruíram tudo por aqui. O Beheaded que já tem uma longa história no underground mundial, estão na ativa desde 1991 e com uma vasta discografia.

Estes caras mostraram o porque de estar aqui, iniciaram uma apresentação que não demonstrava nenhuma piedade, não tinha arrego… foi uma violência absurda e que agradou em cheio os presentes que tem como preferência os estilos mais técnicos do metal extremo e que são cheios de brutalidade, e realmente a banda traduz o que eles se propuseram a fazer… Brutal Death Metal.
Brutal, é a melhor definição do que aconteceu ontem, parecia um panzer passando por cima do local e por cima de todos.
E observei a total concentração destes caras no palco e o guitarrista Omar Grech segurou sozinho todo peso com sua guitarra de sete cordas, tive a nítida sensação que esta banda não precisa de um segundo guitarrista. O cara é uma máquina, e sem contar que em meio a tanta técnica, este músico ainda agitava muito.
Assistindo a esta apresentação, eu custava a acreditar no que estava vendo, neste momento estava com a agradabilíssima companhia do velho amigo Trojillo (Cauterization/Wolf Lust) que me olhou e comentou… “que porra é essa??”, ele também estava impressionadíssimo.
Espero muito que essa banda retorne mais vezes ao Brasil, valeu a pena cada segundo de sua devastação sonora.
Outra pausa foi necessária… sim… o peso foi absurdo.

Eis que é chegada a hora dos profanadores vindos da Singapura, sim, eles mesmos… o grande Impiety.
Esta apresentação deixou a todos boquiabertos com tamanha destruição na tradução literal da palavra. Estas almas impuras profanaram São Paulo de uma forma nunca vista e fazendo do público que os esperava uma grande legião regida por suas diabólicas canções de guerra.
Foi avassalador do inicio ao fim e não teve muito papo, foi uma aniquilação.
Percebi o público extasiado e agitando muito, percebi também como esta banda é adorada por aqui por maníacos que depois de uma noite tão intensa, ainda estavam sedentos por metal negro da morte….
A presença de palco dessa banda aliada a sua música demonstrou o porque de terem dominado o mundo. São de fato um dos grandes representantes do Death/Black Metal do sub mundo abismal.
Foi uma noite grandiosa e que não deixou nenhuma dúvida que o subterrâneo está vivo, forte e que continua se proliferando como uma praga na escuridão da noite.
Confira algumas fotos desta celebração infernal: