Finalmente tenho em mãos para resenhar o novo e terceiro álbum dos ingleses do MEMORIAM. Depois de dois discos excelentes, o debut “For the Fallen” de 2017 e “The Silent Vigil”, de 2018, a banda volta com “Requiem for Mankind” e já garanto que é o melhor álbum da banda até o momento. O álbum abre que a magnífica “Shell Shock”. Que música FODAAAA ! Desculpem os membros da banda, mas isso aqui é Bolt Thrower até o osso. E não se irritem, pois a música é perfeita. Aquele death metal pesadão, cadenciado e em que a voz de Karl Willets está matadora. “Undefeated” dá continuidade a essa aula de como fazer death metal e segue um caminho mais MEMORIAM e derruba paredes com tanto peso que emana dos auto-falantes aqui de casa.É uma música com partes mais climáticas, muito pesado e meio tempo nas levadas de bateria. A base principal da música é… enfim, é death fucking metal.
A próxima música chama-se “Never the Victim” e começa mais lentona, com arranjos mais densos e abre caminho para um riff um tanto estranho, mas que funciona em meio ao peso absurdo da música. O solo aqui vai quase na direção contrária, pois investe em uma bela melodia, mas que no final está no seu lugar correto e cria uma grande atmosfera. Uma música que já se inicia deixando muito claro que aqui só tem veterano com death metal no sangue é “Austerity Kills”. Mais peso, mais peso e mais peso. Grande música e grandes bases de guitarra. Estou ouvindo esse álbum com fone de ouvido agora pois já passam da 1 da manhã, mas ao começar a faixa “In the Midst of Desolation” a vontade foi ligar o som no seu volume máximo e acordar todos os vizinhos e deixar claro que death metal comanda… Que música absurda. O riff de entrada é um dos mais fudidos que já ouvi e deixa você imediatamente com aquela vontade de ter criado algo assim. A música traz alguns momentos rápidos, mas nem tanto, mas sua cabeça volta o tempo todo para aquele riff que se repete novamente. Isso é o metal da morte sendo manifestado pela música. Total respeito. É até covardia ouvir “Refuse to Be Led” depois da experiência de quase morte da faixa anterior, mas tenho que focar nessa música e mais uma vez uma música muito boa surge. Vários riffs realmente fodas estão nessa música e fazer ela crescer à medida que você a ouve diversas vezes. “The Veteran” tem uma pegada em seu início que é quase Sabbathiana. O peso é onipresente nesse álbum e aqui se mostra mais uma vez. Sinceramente em meio a tantas músicas boas essa é a que leva o título da mais fraca do álbum pela repetição de sua base principal que é um tanto chata. O nível volta ao seu normal com a faixa título “Requiem for Mankind” que traz mais um grande início regado a riffs e bases que só te deixam boquiaberto. Aquele maroto andamento Bolt Thrower volta com a bélica “Fixed Bayonets”. Aqui o pescoço já tem um certo grau de vida própria e não para de acompanhar o ritmo da batera. Sinal de que a coisa é realmente boa. A última música do álbum é “Interment”, uma instrumental que fecha de forma melancólica um álbum que traz a possibilidade de ser o último do MEMORIAM, que tinha avisado que iria encerrar as atividades depois do lançamento de “Requiem for Mankind”. Sinceramente espero que revejam essa decisão, pois após lançar um álbum tão bom quanto esse só resta a vontade de ouvir mais músicas novas. E finalmente, não dá para ignorar a arte da capa, uma obra-prima feita pelo mago Dan Seagrave, que mais uma vez criou algo fenomenal. Esse álbum é aquele tipo de lançamento que tem que vir no formato vinil para a coleção, pois o peso dele na velha cera negra de derreter paredes. Álbum obrigatório para quem gosta de death metal.
10/10
Data de lançamento: 21/06/2019