O MGLA é uma daquelas bandas que conseguiram absorver bem o ideário Black Metal da primeira geração.
O último álbum da banda “Exercises in Futility” traz um Black Metal potente com letras voltadas para uma cosmogonia mundana. As letras são nietzscheanas, há um niilismo existencial sobre nossa breve estada inútil neste mundo.
“M” e “Darkside” parecem ter se afastado um pouco da banda Kriegsmashine e puderam dedicar seus esforços no MGLA.
O álbum conta com seis “Exercises of Futility” mostrando como Taake em seus primeiros álbuns que a música deve falar mais algo que o que a nomeia.
Michel Foucault, filósofo francês falava que as palavras e as coisas são ditadas de peodunda significação, por isso a ausência de títulos incomoda nestas ocasiões.
A banda está balanceada, a bateria é poderosa e intensa. As guitarras lembram muito o estilo polonês de fazer Black Metal. Na minha opinião, a escola de Black Metal polonesa é um dos alicerces do BM mundial.
Os riffs são precisos, rápidos e hipnóticos. Muita atmosfera bruta é lançada em todas as faixas do MGLA. Cada momento é pensado e nos faz divagar e a imaginação fluir a medida queno álbum avança.
O quanto a humanidade deu errado. Este é o tema do álbum. Nossas relações interpessoais, nossa relação com o mundo, o quão parasitário é o homem, este animal que nasce deslocado sem um lugar para si.
O MGLA é predatório. A banda ergue um espelho negro diante de si e deixa que o mundo seja refletido e receba o que merece: impessoalidade, distância, um anti-teísmo metálico, sem logos, teatros, velas, rebanhos, sem faces, sem ídolos, apenas atmosfera para imersão rarefeita de sermos infelizmente quem somos.
Nota: 10/10