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OPVS NOSTRI – Vislumbrando a Verdade ao Olhar para o Escuro

"Somos luciferianos, homens livres, nossa intenção é de expressar a verdade que vislumbramos ao olhar para o escuro".

Anton Naberiuspor Anton Naberius
24/05/2022
A A
Áudio para deficientes visuais

Finalmente, após algum tempo que estávamos espreitando essa oportunidade, eis que conseguimos uma entrevista com a promissora horda Opvs Nostri e não poderia ser uma conversa tão menos rica do essa que tivemos. Nessas palavras cedidas por Paganvs e Mascarum, pudemos desvendar muitos mistérios sobre as andanças da banda, os projetos, um pouco sobre a visão deles sobre a cena nacional e mundial, opiniões, além de uma visão aterradora sobre a vida e a morte. De fato é um deleite aos nossos leitores que tenhamos representantes tão sólidos da nossa fileira de bandas do Metal Negro Nacional com sua bandeira hasteada e guerreando feito bárbaros.

Saudações meu nobre, é uma grande honra, finalmente, tê-los deflagrando suas ideias nas páginas sangrentas da Lucifer Rising. Assim sendo, nos faça as honras de nos apresentar essa potestade sob a nomenclatura Opvs Nostri.

Paganvs: Saudações, meu caro, é uma grande honra para nós estarmos na Lucifer Rising, ofício este ao qual temos muita admiração e respeito. O Opvs Nostri foi formado no estado de São Paulo (onde reside até hoje), no ano de 2008 e.v. com o intuito de executar Black Metal de forma fria e agressiva em reverência o termo oculto.

No que deu pra perceber, no percurso de sua jornada, a formação foi algo construído com algum tempo, não foi algo concebido de forma “planejada” como geralmente se constrói estruturas de bandas quando surgem. A que se deu essa “lentidão” para que a banda pudesse ter uma formação definida?

Paganvs: Eu, Paganvs, fundei o Opvs Nostri em Dezembro do ano de 2008 e.v., após algumas outras bandas que tive terem encerradas as suas atividades. Pouco tempo depois, convidei Luiz F. para assumir a bateria. Tocamos juntos em outras bandas no passado e ele sempre foi muito empenhado, além de grande amigo é um excelente baterista. Daí foi onde a obra ganhou forma. Em pouco tempo compomos a demo Sob O Signo De Baphomet, e a lançamos. Eu, Paganvs, fazendo as guitarras, baixo e voz e o Luiz F. na bateria. Era questão de vida ou morte fazer nossa música, aquele velho ímpeto de querer fazer a coisa acontecer custe o que custar. Ímpeto este que nos motiva até os dias de hoje. Após o lançamento da nossa demo, me mudei para o estado do Espírito Santo e mantivemos a banda a distância. Mascarum ingressou na confraria no ano de 2010 e.v. assumindo o baixo, e assim, finalmente com indivíduos de minha extrema confiança, a formação estava completa. Trabalhar a distância foi um grande complicador, mas mantivemos a formação pois o Opvs Nostri é, além de uma banda de Black Metal, uma confraria. Enfim, demorou um tempo razoável para conseguir acertar a formação para a banda e com o passar do tempo fomos desempenhando a obra de uma melhor forma. Ficamos um longo tempo sem fazer um lançamento, chegamos até a gravar um material para uma demo mas a produção ficou horrivel e preferimos não lançar. Daí então nossa meta passou a ser um álbum oficial. Trabalhamos intensamente, mesmo com a adversidade geográfica, pois resido em outro estado, mas conseguimos fazer jorrar nossa cólera sobre a terra através de “Brado Soturno” no ano de 2019, e.v. Após as gravações de “Brado Soturno” Luiz F. deixou a banda Lord Necro Warrior ingressou em nossa confraria assumindo a bateria. 

Mascarum: Minha entrada na banda ocorreu de forma natural, pois naquela época tocávamos em bandas participantes de um mesmo círculo de bandas, época essa na qual eu atuava como baterista da horda Mournful Tears. Sendo assim, ainda naquele tempo, fui convidado a gravar a bateria de um dos hinos presente na demo “Sob O Signo De Baphomet”, o que pra mim foi uma honra inenarrável. Logo após, fui convidado a tocar baixo com a banda numa celebração ao vivo ocorrida em Cubatão e, após isso, com todo o entrosamento que percebemos ali, passei a integrar a irmandade Opvs Nostri de forma definitiva.

A banda iniciou em 2008 e lançou sua primeira demo no ano seguinte, bem rápido em relação ao quesito formação. Como foi a repercussão dessa demo na época, vocês alcançaram o êxito desejado?

Paganvs: O Opvs Nostri foi fundado em dezembro de 2008, e.v., e em Janeiro do ano seguinte já estávamos gravando. Foi muito rápido, visto a vontade que tínhamos de fazer algo interessante com música. Essa demo, inicialmente, saiu em 300 cópias; pensamos nós que não iria ter saída, mas para nossa surpresa foi muito bem aceita no meio underground e em pouco tempo se esgotou. Foram vários feedbacks positivos sobre a demo e até hoje algumas pessoas falam sobre a mesma. Tanto o é que no ano de 2019, e.v., o selo Nascemos Mortos Records relançou a demo “Sob O Signo De Baphomet” no formato digipack, relançamento este que nos agradou bastante.

Um grande hiato de dez anos separaram vocês do lançamento da demo “Sob o Signo de Baphomet” para o primeiro álbum “Brado Soturno” a que vocês atribuem essa diferença entre a demo e o álbum?

Paganvs: Em “Sob o Signo de Baphomet” éramos mais inexperientes com algumas questões. Tudo fora feito muito rápido e esse material refletiu muito bem a atmosfera da época. Era insano demais.

Já “Brado Soturno” foi um material que exigiu de nós um cuidado maior, pois se tratava do nosso primeiro álbum oficial. Ao meu ver, ele veio no momento certo, nada melhor que o tempo para trazer um amadurecimento e esclarecimento de ideias maior e isso trouxe uma visão de musicalidade mais bem elaborada e conceitos líricos mais aprofundados nos rincões do culto de morte e necromancia. Porém, “Brado Soturno” é uma continuação do que já fazíamos desde o início, não mudamos nossa linha de som para agradar. Seguir tendências? Nem pensar! Não conosco. O Opvs Nostri não surfa a onda do momento. Nossa música é a mesma de antes: fria, lutuosa, odiosa e que reverencia a morte, porém com uma qualidade maior e com conceitos ideológicos mais bem fundamentados.

Mascarum: Como dito pelo Paganvs, dispendemos um cuidado maior nos detalhes da produção do álbum “Brado Soturno”, pois sentimos que era uma obra merecedora desse cuidado. Aprendemos muita coisa com essa experiência, tanto que para o nosso álbum vindouro evitamos repetir alguns erros que cometemos quando na data daquele.

Falando em primeiro álbum, podemos dizer que ele representa o desejo inicial da banda em transformar sua forma de tocar Metal Negro numa mácula sangrenta através de músicas ríspidas e velozes, como vocês descreveriam o álbum “Brado Soturno” aqueles que não conhecem ainda?

Paganvs: “Brado Soturno” é um disco que traz fortes referências daquela sonoridade agressiva dos anos 90/2000, um Black Metal rápido, porém com algumas variações, guitarras cortantes e vocais ríspidos entoando cânticos de morte e maldição em português e alguns trechos em latim. Regravamos as três primeiras músicas da demo “Sob O Signo De Baphomet“, pois essas músicas mereciam versão com uma qualidade de produção melhor. Tudo isso abordando em sua parte lírica temas como luciferianismo, necromancia e seus cultos ancestrais, como a quimbanda; alguns fatos históricos acerca do termo oculto, como em “Sob As Chamas Do Fogo Pagão“, que fala sobre a célebre Catherine Monvoisin; paganismo arcaico, como em “Gloriam Majorem Samhain“; sobre conceitos de morte na visão anti-cósmica, como própria capa do álbum sugere, um indivíduo em espírito que rompeu com as rédeas demiúrgicas e que olha para a sua própria lápide observando a matéria que fora deixada para traz, retratando o conceito Liber Vi Spiritvs, dentre outros assuntos. O título do álbum “Brado Soturno” mostra bem o que a sonoridade expressa, são nove faixas de música fria, sombria e agressiva aliada a temas relacionados ao oculto.

Tanto a demo “Sob o Signo de Baphomet” quanto o primeiro álbum ainda podem ser encontrados para aquisição, como as pessoas podem acessar esse material?

Paganvs: A demo “Sob O Signo De Baphomet” pode ser encontrada através do selo Nascemos Mortos Records. Se trata do relançamento da mesma que ocorreu no ano de 2019, e.v., pois a primeira versão dela já se esgotou há alguns anos. “Brado Soturno” ainda tem algumas cópias disponíveis no catálogo da Black Hearts Records, selo que o lançou em 2019, e.v., e também com algumas distros e selos do underground nacional.

Sob o contexto ideológico, a Opvs Nostri segue alguma corrente ou tem pensamentos libertinos sobre a mão esquerda, nos fale sobre como vocês constroem seus temas, suas inspirações de onde elas partem etc. (?)

Paganvs: Os temas nesse contexto são criados de forma livre, geralmente eu, Paganvs, que componho. Estes são reflexos dos nossos próprios pensamentos, experiências e conceitos de fé. Nosso novo álbum, em sua parte lírica, traz alguns conceitos acerca dos termos morte e luciferianismo. Alusões a ritos de feitiçaria que fazem referência a alguns personagens históricos, a visão que temos da libertação do espírito em Lúcifer, a revolução através da gnose ancestral pelo incognoscível. O sentido “morte” é tônica desse nosso novo ofício. Em “Memento Mori” fazemos uma relação entre a peste negra e o covid-19 no sentido de uma grande ceifa, que cada morte seja em nome do Maioral. Sou um grande apreciador da quimbanda, ela está muito presente nesse trabalho, Exú e Pomba-Gira são honrados com louvor em nossa obra. Sobre referências, eu citaria Dogma e Ritual da Alta Magia, A Revolução Luciferiana, dentre vários outros. Mas a ligação com Exú é o que mais influência. Se trata mais do que sentimos, não tanto do que lemos a respeito. Enfim, eu, particularmente, não compactuo com essa ideia de ser parte de grupos ou correntes. Nada contra quem faz, pois seria uma grande discrepância da nossa parte se recriminássemos a outrem por faze-lo. É simplesmente pelo fato de que para nós não é interessante. Somos luciferianos, homens livres, nossa intenção é de expressar a verdade que vislumbramos ao olhar para o escuro. Nossa música é nosso ato de fé. Ela existe como forma de expressão de culto. É um elo entre o homem e a divindade. A apoteose de um buscador.

Com relação ao cenário do Metal Negro Brasileiro, qual a visão de vocês a respeito? Sabemos que estamos cercados de admiradores, de selos, de muitas bandas, porém as suas vistas o que nos falta?

Paganvs: Realmente, existe muita gente batalhando firme em prol do underground nacional, selos, distros, zines, web zines, várias bandas de excelente qualidade lançando grandes álbuns, e não são poucas, não, basta ver a quantidade de materiais fudidos sendo lançados todos os meses em nossas terras. Sem contar os irmãos e irmãs que realmente apoiam incondicionalmente o metal negro nacional. Problemas? Sim, existem vários. Mas creio que em qualquer época nada foi perfeito, será que nos anos oitenta tudo era mil maravilhas como algumas pessoas dizem? Claro que não. Hoje se atribui culpa às plataformas de streaming, que ao meu ver não seria exatamente o problema, é questão de se adequar aos novos tempos. A ferramenta está ai, como você a usa? Vivemos a maior revolução da história, que foi a chegada da internet, o problema na verdade é o mal uso da modernidade, a perda em parte daquele velho ímpeto de buscador do headbanger do passado. A fácil acessibilidade dos links matou um pouco a velha essência em muitos. Hoje em dia a maioria das pessoas ouvem um monte de bandas por plataformas de streaming ou YouTube mas não absorvem nada, tratam a música como um mero produto descartável. O cara ouve duas músicas de um álbum, não entende nem os temas que determinada obra aborda e já era, vai pular desesperadamente pra outro link. Esse anseio por novidade meio que fudeu com tudo, sem contar que a internet deu voz para uma legião de idiotas vomitar asneira em rede social 24 horas por dia. Concurso de corpse paint, polarização política, lacração feita por gente que nem sabe o que está fazendo dentro do Black Metal, dentre outros. Mas o verdadeiro underground não é esse, o real underground está nas sombras, à espreita, nas celebrações que ocorrem Brasil afora, nos bons contatos que cada um de nós fazemos com irmãos que compactuam dos mesmos ideais e valores que nós.

Mascarum: O metal negro atualmente, no que se refere a uma maior estrutura, e se comparado ao que era praticado anteriormente, passou por muita mudança, num contexto geral, refletindo as mudanças da sociedade atual. Vejo mais profissionalismo, um maior amadurecimento, ao passo que, como era natural, somente os fortes resistiram e hoje são os protagonistas dessa mudança. Vejo tudo isso com bons olhos e sinto que essa renovação é importante, não para angariar novos seguidores do estilo, como meros consumidores triviais, mas sim para que a arte continue a ser propagada. Porém, mesmo assim, apesar de termos bandas com grande potencial de obter ainda mais representação não só no underground nacional, mas cruzando as fronteiras continentais, ainda estamos atrás do profissionalismo e dedicação que podem ser observados lá fora. Mas entendo que esse processo é demorado, e já consigo vislumbrar um grande avanço nesse sentido.

Ainda sobre a cena Nacional, apesar de termos uma atividade muito intensa, é possível perceber que as bandas estrangeiras ainda são as preferencias do público em detrimento das bandas daqui, vocês concordam que há essa segregação latente no meio Metal Brasileiro?

Paganvs: Eu penso que sim, o que é de fora parece ser mais atrativo do que o que é feito aqui, basta ver a quantidade de licenciamentos que saem no Brasil, e sabe por que isso? Porque vende, e se existe procura, existe oferta. Compreendo que é uma forma das gravadoras se manterem, inclusive adquiro alguns desses licenciamentos sempre que possível, como o “Thy Mighty Contract” do Rotting Christ, por exemplo, que ficou muito bom.  O que mata são essas porcarias como Mayhem com seu baterista poser que tocou em banda cristã, Burzum que vende tudo que é lançado aqui… Mas é aquilo, né, onde há procura, há oferta. Enfim, isso é apenas um critério pessoal meu, cada um ouve o que quiser ouvir. Mas mesmo assim eu vejo o underground nacional forte em meio a esse mar de lama, é uma ilusão pensar que isso vai mudar por aqui em um futuro breve. Eu penso que devemos olhar pra frente e fazer a nossa parte. Quando lançamos “Brado Soturno” várias pessoas adquiriram o álbum e até hoje há procura, uma prova de que apesar que as coisas poderiam ser um pouco melhores, está acontecendo. Prevaleceremos!!!

Mascarum: O brasileiro sofre do complexo de vira-latas, e no meio metal isso não tem como ser diferente. Como dito anteriormente por várias vezes aqui, qualidade musical temos de sobra, mas, infelizmente, não dispomos da mesma estrutura dos gringos. Logo, para o headbanger comum e mais desatento o que se tem como referência é o que a nós é importado. Porém, o curioso é saber que lá fora também somos tidos como referência, em resposta justamente a seriedade e comprometimento dos que praticam e vivem o metal negro por aqui.

Sob um olhar analítico, de uns anos pra cá vem surgindo de maneira espantosa uma vertente que se rotula como Orthodoxa, o que poderíamos dizer que é uma divisão mais aprofundada de bandas de Metal Negro que vem sendo um expoente mundial, como vocês enxergam essas “novas” tendências, qual a opinião de vocês sobre esse assunto? É algo revigorante, digamos, ou apenas uma tendência como outras que já apareceram e desapareceram com a mesma velocidade?

Paganvs: Eu não vejo como algo excepcionalmente novo, para mim é Black Metal , apenas. Nessas manifestações há um tom ritualístico, uma busca por um padrão mais organizado, cerimonial e, assim sendo, diferem-se dessa roupagem superficial que o Black Metal, em parte, se apresenta hoje. Respeito isso. Algumas das bandas dessa nova vertente eu aprecio bastante, pois existe nelas um aprofundamento ideológico bem interessante. Já em outros casos é totalmente tendencioso, sim, puro marketing, apenas um produto embalado a vácuo em uma roupagem extrema pra vender. Existem bandas desse segmento que são formadas por gravadoras mainstream para ganhar notoriedade, é uma tentativa de pegar gancho em uma nova tendência para fazer dinheiro como foi feito no passado no Brasil com essa onda deplorável do metal melódico. Via-se várias bandas de white metal usando essa roupagem figurando nas principais revistas de Heavy Metal mdo país. Tudo isso fomentado por gravadoras mainstream, interessadas somente em obter lucro. Na questão do Orthodox Black Metal, não sejamos tão pragmáticos, pois existem bandas com um propósito verdadeiramente sério dentro desse segmento. A questão é avaliar com um certo critério.

Pude notar que em seu vindouro novo álbum, a maioria dos títulos são em português (a banda já compõe em português desde o início), porém com alguns deles em latim. Vocês pretendem apresentar letras escritas em Latim ou apenas os títulos o são?

Paganvs: Sempre observei o latim de uma forma diferenciada no Black Metal, ouvia algumas bandas como Abhor, Spell Forest, Crux Caelifera, que usavam o idioma em alguns trechos de suas músicas e era fantástico como soava tão bem. Com o passar do tempo tive algumas bandas que usavam o idioma, como o Lvx Lavdare e o Satanæ Glorificarvm, projetos estes que duraram pouco tempo e que, de certa forma, foram a base para a fundação do Opvs Nostri. O latim em nossas letras está presente, sim, não somente em alguns títulos. O latim traz um sentido cerimonial à nossa música e combina muito bem com os conceitos abordados. Em nosso novo álbum ele é bem explorado. A música “Adoravervm: Servvm Flammæ” é toda vociferada em latim, na verdade em quase todas esse idioma está presente.

Velas Negras Sobre o Altar da Morte é o título do novo álbum, qual tive a honra de ouvir em primeira mão, trata-se de um trabalho muito bem feito e de nível internacional. Como vocês descreveriam esse novo trabalho? Aproveite e nos revele curiosidades sobre o mesmo, se houve alguma participação, por exemplo.

Paganvs: Grato pelas palavras, irmão. Ficamos muito honrados que tenha apreciado a obra. “Velas Negras Sobre O Altar Da Morte” creio que será um marco para a história do Opvs Nostri, um trabalho que exigiu de nós uma atenção apurada aos detalhes, tanto na criação, quanto na execução e produção do mesmo. Foi um processo longo mas bem satisfatório, pois conseguimos chegar a um resultado que nos agradou bastante. A produção de “Velas Negras Sobre O Altar Da Morte” ficou a cargo do nosso irmão Lucio Vekum (Black Achemoth, Abate e Mournful Tears) que fez um excelente trabalho. Esse álbum marca o melhor momento da banda, tanto na questão técnica, quanto no que diz respeito a conceitos mais bem fundamentados na parte ideológica. O tempo trouxe uma evolução muito boa para nós, um amadurecimentos de ideias maior que possibilitou chegarmos a um resultado final bem satisfatório. “Velas Negras Sobre O Altar Da Morte” é um álbum veloz, gélido e sombrio, como sempre foi o padrão de som do Opvs Nostri. Também com partes mais cadenciadas, com vocais entoados de forma cerimonial. Uma musicalidade agressiva, resgatando um pouco da essência do Black Metal dos anos 90, porém com um sentimento muito obscuro em cada riff aliado a velocidade e precisão da bateria de Lord Necro Warrior e linhas de baixo muito bem elaboradas por Mascarum. Me sinto privilegiado em fazer música com meus confrades que, além de grandes amigos, são excelentes músicos.

Mascarum: Nesse novo álbum nos permitimos explorar mais a nossa musicalidade em prol de criar uma aura soturna e caótica, sem querer forçar uma evolução, mas essa veio de forma totalmente natural, e ao fim das gravações e da impecável produção do nosso irmão Vekum ficamos extremamente orgulhosos do que pudemos produzir juntos. Todos tiveram sua contribuições na feitura desse material, Lord Necro Warrior nos brindou com a letra para a faixa “Rompendo As Raízes da Árvore da Vida“, além de ter criado linhas de bateria extremas, como os hinos requeriam, Paganvs explorou ainda mais o campo das dissonâncias nas seis cordas, e eu tentei complementar com as cordas mais graves do meu baixo em linhas melódicas mais bem elaboradas. Pude também criar uma faixa acústica para fechar o álbum, selando por fim esta obra.

Depois de 10 anos com o baterista Luiz F. como foi trocar de baterista e como foi essa transição? Como é dividir um integrante com atividade em outras inúmeras bandas?

Paganvs: Luiz F. se desligou da banda após o término das gravações de “Brado Soturno” por questões pessoais. Ele esteve conosco por dez anos, vindo a contribuir muito para a evolução da banda. Eu e ele tocamos juntos desde 2003, e.v., em outros projetos. É um grande amigo até hoje. Em seu lugar, Lord Necro Warrior assumiu a bateria, ingressando em nossa confraria. Ele já era um grande irmão e totalmente adequado aos propósitos do Opvs Nostri. Caiu perfeitamente na banda. No Opvs Nostri, todos nós somos muito envolvidos com música. Eu, além do Opvs Nostri, também sou integrante da horda Labyrinth Spell e do Svb Vmbra (projeto de Black Metal atmosférico que na verdade é uma extensão do Opvs Nostri), Mascarvm, que atua como baterista na banda de Death/Thrash metal Na Força Do Ódio e guitarrista da horda Mournful Tears. Já Lord Necro Warrior é integrante do Black Achemoth, Canal Condemnation e Without My Shadow. O fato de termos outros projetos não vem a atrapalhar as atividades do Opvs Nostri, se bem organizados, dá para conciliar tranquilamente.

Nos conte sobre as perspectivas do lançamento do segundo álbum, qual selo tem em vista, também um pouco sobre a capa e as mensagens subliminares por trás da arte, além disso, nos diga se já tem apresentações em vista depois de todo esse impacto causado pela pandemia em nosso país.

Paganvs: Nossa expectativa para esse lançamento é a das maiores, pois trabalhamos duro para conseguir um bom resultado e de fato saiu como a gente realmente queria. Esse álbum mostra uma boa evolução musical do Opvs Nostri e creio que isso ficará claro para quem já vem acompanhando nossas obras. O álbum está previsto para ser lançado entre Outubro e Novembro deste ano pela gravadora Black Hearts Records que trabalhou conosco no lançamento de “Brado Soturno”. O Paulo é um cara muito competente e fez um excelente trabalho em nosso álbum anterior. Trabalhar com a Black Hearts Records novamente será muito bom. A capa de “Velas Negras Sobre O Altar Da Morte” foi assinada pelo irmão Pagan Warrior (Labyrinth Spell, Shadow Moon e Forest Moonless) e faz reverência á Exú João Caveira que é representado no centro de uma grande capela mortuária sob seu manto olhando de volta para quem o observa como se estivesse dizendo “lembrem-se da morte!” Toda a parte gráfica trará alusões acerca dos mistérios da morte. A música que intitula o álbum fala exclusivamente sobre Exú João Caveira, ela retrata sua firmeza como guardião da kalunga. Agora no que se refere a shows, o Opvs Nostri está há muitos anos sem tocar ao vivo, na verdade não é uma de nossas prioridades visto que no passado já quebramos a cara com isso e não queremos repetir certas coisas novamente. Não descartamos a possibilidade, claro, se for para acontecer, que seja, mas que tenhamos uma boa estrutura para tal. Mas possivelmente faremos um show de lançamento do álbum no fim desse ano em São Paulo, provavelmente apresentação única. Em breve teremos mais informações a respeito.

Agradecemos muito por ter cedido essas palavras ao Portal Lucifer Rising, deixo aqui espaço aberto para suas palavras finais.

Paganvs: Nós que agradecemos pelo espaço concedido à nossa obra, é um grande prazer estar presente no Portal Lucifer Rising, ofício este que tanto admiramos. Gostaríamos de agradecer também a todos irmãos e irmãs que nos acompanham por todo este tempo, é uma grande honra. Em se tratando do Opvs Nostri, esperem sempre o pior!!!

Confiram o full “Brado Soturno”:

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Anton Naberius

Vocalista da Eternal Sacrifice (Pagan Black Metal) Professor de Arte Visual, Artista Plástico e Especialista em Arte e Patrimônio Cultural.

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