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Entre algumas mudanças na formação o Sextrash vem seguindo com seu legado, mostrando que as raízes da banda continuam intactas, mostrando seu velho e verdadeiro Death Metal vamos conversar com meu amigo Luck Arnold (baterista), que integrou o Sextrash ainda garoto no álbum “Funeral Serenade” de 1992.
Como foi substituir D.D. Crazy que já tinha uma enorme identificação no underground por ter tocado no Sarcófago e no álbum anterior do Sextrash?
Luck Arnold – Para mim foi uma grande honra, na verdade foi surreal, pois o DD Crazy sempre foi um grande baterista na minha opinião e eu sempre me espelhei nele, uma vez que ele foi o precursor das metrancas e eu estava bem nesse estilo no final dos anos 80 entre 88 e 90.
Na verdade, era um garoto tomando o lugar do seu ídolo, eu não acreditava que estava acontecendo isso comigo.
Na época que você assumiu as baquetas do Sextrash você morava em São Paulo, como foi esse deslocamento para integrar o Sextrash, você praticamente era um garoto, mudou para MG?
Luck Arnold – Sim eu me mudei para Belo Horizonte, na época eu tinha apenas 16 anos, isso em 1990, simplesmente eu cheguei para os meus pais e falei estou me mudando para tocar em uma banda de Belo Horizonte, rsrsrs, aí encontrei com os meus amigos na época ( pessoal do Pentacrostic ) no dia de viajar levamos minha bateria que era bem grande na época no trem de Jundiaí para São Paulo para pegar o ônibus para BH, chegando lá já fomos diretamente para o local de ensaio montei minha bateria e já começamos tocar o compacto XXX, esse foi meu começo na banda, um adolescente perdido no meio dos seus ídolos.
Funeral Serenade soa bem mais técnico do que Sexual Carnage, mas sem perder o estilo da banda, como foi o processo de gravação desse álbum?
Luck Arnold – Bom o Funeral Serenade foi criado em cima de muitas influências de bandas mais técnicas do Death Metal Mundial, assim sendo soou bem mais técnico mesmo porque tínhamos dois guitarristas na banda na época, e as minhas influências eram de bateristas mais técnicos também, e eu era muito categórico nisso, e também era o que o nosso líder Osvaldo procurava na época, gravar um disco que estava acompanhando o que estava acontecendo no momento do Metal Mundial.
O Sextrash teve muitas mudanças em sua formação ao longo do tempo, porém a sonoridade sempre se manteve fiel ao estilo, que mudança na formação foi mais difícil a adaptação?
Luck Arnold – Creio que a morte do Osvaldo foi a coisa mais difícil da gente conseguir se adaptar, com outro vocalista em seu lugar, pois a voz e o seu jeito de ser com a banda sempre foi muito impactante, e único, sempre estamos tentando achar seu substituto, mas creio que isso vai ser impossível, podemos achar outro que chegue ao seu nível musicalmente falando, mas o seu jeito único de ser não tem como substituir. Ele era a marca registrada da banda, o front man.
Você trabalhou com Oswaldo “Pussy” Ripper no álbum “Funeral Serenade”, conte um pouco como era trabalhar com o Saudoso front man do Sextrash?
Luck Arnold – Na verdade eu conheci o Osvaldo quando ele veio a São Paulo de roadie do Sarcófago no show com DRI, e ali fizemos uma baita amizade pois ele me viu tocando com minha antiga banda e gostou muito do meu estilo de tocar a bateria, dizia que eu seria o baterista ideal para substituir o DD Crazy no lançamento do LP Sexual Carnage, uma vez que o DD Crazy havia saído da banda após gravar o álbum, assim foram dois anos após o lançamento do Sexual Carnage e fazendo muitos shows pelo Brasil até a gravação do Funeral Serenade, já na gravação do álbum junto com ele, tanto na gravação quanto na criação, ele era muito exigente ao que estávamos fazendo, principalmente comigo, pois ele sempre falava que a bateria era o coração da banda, e o que movia o Sextrash.
Depois de um pouco mais de 1 década a banda retorna com o álbum “Rape from Hell”, que pra mim soa mais técnico do que os anteriores, como que foi esse retorno, a ideia partiu de Krueger?
Luck Arnold – Na verdade eu não fiz parte dessa época da banda, porém eu sei o que rolou, Krueger resgatou o guitarrista do Funeral Serenade, e assim com mais dois integrantes iniciaram os trabalhos do álbum, eu nessa época estava com outros trabalhos em São Paulo com outra banda, mas o que rolou foi isso.
Uma curiosidade pessoal…. o álbum “Sexual Carnage” tem timbres de guitarras muito parecidos com o timbre de guitarras do EP Rotting do “Sarcófago”, uma coincidência? Apesar de 1 ano de lançamento entre os trabalhos, eles foram gravados no mesmo estúdio?
Luck Arnold –Na verdade eu creio que foram gravados com a mesma finalidade de timbres pelo mesmo produtor que na época era o Gaugim, senão me engano foi gravado até com a mesma guitarra.
Creio que essa questão já foi abordada muitas vezes…, mas quem é a garota da capa do “Sexual Carnage”, e como chegaram até ela para fazer esta capa icônica?
Luck Arnold – Essa garota (não sei o nome dela) era uma conhecida do Osvaldo e que não era do meio do metal e quando ele comentou com ela sobre a capa ela topou fazer na hora, depois deu uma confusão, pois ela era noiva e quando saiu o disco o noivo viu a capa, e deu a maior briga com a mina que também sumiu e nunca mais o pessoal a viu.
Deve ter dado maior BO para ela, imagina sua noiva em uma foto com 4 doidos lambendo-a kkkkkkk.
Como analisa o nosso cenário underground em seu ponto de vista na atualidade?
Luck Arnold – Na atualidade eu vejo muitas bandas novas e boas, porém algumas delas sem identidade e a verdadeira essência do Metal 80/90″, creio que a era da internet mexeu muito com isso, a política e outros assuntos polêmicos, que se infiltraram em nosso meio, dilacerando o nosso movimento underground, facilidade que hoje tem de se adquirir um instrumento, de ir a um show, e de montar uma banda, quando tudo fica fácil não soa real.
Mas enfim não podemos deixar o nosso movimento morrer somos a resistência dos anos 80.
Após muitas mudanças na formação do Sextrash, como está atualmente o line-up da banda?
Luck Arnold – Krueger – baixo, Marcelo Itaboray – guitarra, Fernando – vocal, Luck Arnold – bateria. Esse é nossa nova formação no momento.
Na pandemia por falta de eventos muitas bandas aproveitaram o tempo para trabalhar em estúdio ou lives, como foi com o Sextrash nesse período pandêmico?
Luck Arnold – Neste período eu não estava na banda, mas eles estavam fazendo algumas coisas, algumas músicas novas, alguns shows online, mas não deram continuidade com as músicas novas, e a formação se desfez.
Você é um baterista bem técnico, quais suas influências como baterista?
Luck Arnold – Tenho como exemplo, Dave Lombardo, Pete Sandoval, John Boham, Steve Ashein, esses são os que mais me identifico, e suas respectivas bandas.
Atualmente com uma censura absurda, onde tudo é “homofóbico”, Machismo” e “preconceituoso” como analisa as perversões temáticas da banda?
Luck Arnold – Assunto complicado rsrsrs, verdade que existe muito preconceito com o Sextrash em relação a esses temas que você relacionou, porém eu nunca vi uma banda de metal verdadeiramente não falar de sexo, blasfêmia, ou luxúria, bem também de festas, putaria e zueira, creio que está tudo meio conturbado, como defendem uma coisa que não pregam, mais uma vez a era da internet está atrapalhando muito tudo isso.
Quais os futuros planos para o Sextrash? Algum novo álbum por vir?
Luck Arnold – Temos muitos planos para a banda, primeiramente estamos trabalhando o nosso novo álbum que provavelmente será lançado ainda no final de 2022, e em seguida vamos dar sequência com os shows, essas são nossas prioridades no momento.
Agradeço imensamente por seu tempo nessa entrevista, deixo este espaço para suas palavras finais…
Luck Arnold – Eu que agradeço a oportunidade desta entrevista para vocês, o que eu quero deixar aqui é um recado para todos headbangers que estão lendo essa entrevista, que se unam mais, que esqueçam a política e outros assuntos que possam nos afastar do verdadeiro propósito ao qual estamos unidos, que é de levar a mensagem underground do Metal Mundial.