Áudio para deficientes visuais
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Esta foi uma noite que vai ficar marcada na história do underground brasileiro, estiveram presentes maníacos de todas as partes do Brasil e alguns países da América do sul.
Este evento organizado pela grande Storm Productions capitaneada pelo incansável Robson Arulac, podemos chamar essa a maior celebração do culto ao ódio e ao caos de 2022.
Esta celebração contou com três fudidos representantes no mais obscuro underground sul-americano, Açoite com a sua veia calcada nos anos 80 e sua presença marcante, Wolflust sendo uma das hordas mais aclamadas desta era e o Slaughtbbath trazendo o inferno impiedoso do Chile.
Apesar do frio congelante que beirava 8º graus do lado de fora das dependências da Necropole Hall, o fogo do inferno estava presente com o seu calor diabólico dentro do recinto, a casa estava em sua lotação máxima e todos sedentos pelo culto ao verdadeiro metal que não demoraria a iniciar.
E para iniciar a celebração sobem ao palco o maldito Açoite, com seu visual pesado, pregos e uma performance ultra fudida, colocou fogo na casa e fazendo o público ouvir as suas odes ao caos.
A performance do diabólico Defenestrator, foi implacável, destruindo com tudo com seu poder vocal em uma apresentação de deixar o queixo caído. O velho espírito realmente estava encarnado nele.
Sob os riffs rápidos, bateria muito bem elaborada e com muita crueldade em suas músicas, o Açoite foi a escolha perfeita para começar o caos que ainda estava em seu preludio.
Depois de uma dose venenosa do mais puro metal, o público voltou a se aglomerar para presenciar os senhores do caos, da peste, da desgraça… estavam se preparando para aniquilar tudo ao redor o… Wolflust!!!!
E sem nenhuma piedade… se iniciou o apocalipse, o enxofre do inferno trazendo junto o fogo e a lava. Foi a mais extrema epopeia da desgraça com seus ecos pestilentos.
Neste momento percebi que o público, o local inteiro tomou conta de cada centímetro para presenciar esta aparição bélica. E os soldados da morte não decepcionaram.
Com suas músicas soltando rajadas como uma metralhadora insana, esta apresentação foi como panzer passando por cima de tudo. E para completar a máquina de guerra, o Wolflust trouxe para assumir as quatro cordas como session member o excelente Bruno Schmidt.
O Cernunnos Legion empunhando a sua guitarra nefasta foi de fato o porta voz do ódio e da guerra, pois a sua performance no front foi perfeita. A cada riff, a cada vociferação alastrava ainda mais o cheiro de pólvora e da morte causado no público a mais fudida sensação de regozijo.
E nos tambores apocalípticos estava o Trojillo, comandando a cadencia da destruição com seus blastbeats sempre aniquiladores, sinceramente as baquetas nas mãos deste baterista se tornam armas letais.
A sua ferocidade por trás dos tambores e dos pratos deixou a todos atônitos, e ouvi muita gente que os via ao pela primeira vez comentar: “Que porra é essa?”
A sensação que todos os presentes tiveram e que inclusive eu tive é que não tem limites pra estes caras, eles elevam a brutalidade num nível nuclear, capaz de dizimar absolutamente tudo ao redor.
E ainda para esmagar os crânios nesta noite, o Wolflust fez duas versões absurdamente destruidoras de Blasphemer do Sodom e Satanic Lust do Sarcófago.
Ou seja, não houve piedade, não houve misericórdia.
Depois da apresentação do Wolflust houve uma pequena pausa para que todos pudessem se recuperar e tomar umas cervejas. Foi o que eu fiz, depois de ser atropelado por um tanque de guerra, eu precisava recompor as minhas energias para o último ato deste culto.
Agora foi a vez do fogo do inferno Chileno para acabar de incinerar os escombros deixados pelo Wolflust.
O Slaghtbbath por sua vez, também não teve misericórdia, estes inimigos da paz e portadores da chama negra que queima em Santiago, executaram o que há de mais podre em seu set-list.
A sonoridade crua e violenta que são as suas características trouxeram para Necrople Hall uma banda que estava com gosto de sangue e sedentos por sangue. E em plena tour de divulgação do seu mais recente álbum Alchemichal Warfare, a banda baseou o seu set-list neste que é o seu mais recente álbum.
Claro que algumas músicas antigas não deixaram de ser executadas, arrancando de muitos presentes berros que acompanhavam os seus refrões.
E pra mim foi uma surpresa ver o D. Desecrator apenas assumindo os vocais, o baixo estava sendo comandado por um session member (ou agora por um membro), não tenho informações à respeito.
Mas o fato é que foi insano ver a banda ao vivo em uma apresentação destruidora, fazendo com que os seus fãs brasileiros pudessem testemunhar o poderio do necro underground do Chile em nossas terras.
Meus parabéns à Storm Productions por mais uma vez brindar o extremo underground deste país com mais uma grande produção e à Necropole Hall pelo local que foi mais que perfeito para fazer acontecer este verdadeiro culto ao caos.