Alguns dias atrás recebi da Songs for Satan Records finalmente o terceiro álbum da banda brasiliense VULTOS VOCIFEROS e o resultado final desse material é surpreendente. Havia ouvido o disco de forma bem superficial alguns meses atrás quando recebi a visita do guitarrista Baalthamuz que me mostrou o álbum gravado. A primeira impressão realmente tinha sido boa e agora ao ter o resultado final dessa produção a certeza de que tenho em mãos um álbum que só honra o black metal nacional é ainda maior.
Gosto muito do primeiro álbum da banda e acho o segundo um trabalho ok, mas realmente “Aeterno Rex Infernus” é o melhor trabalho do VULTUS VOCIFEROS até o momento. Em termos de produção sonora e visual o álbum é muito superior ao seu disco anterior. A gravação traz um banda pesada e que não decepciona em sua execução. A parte gráfica é simples, mas muito bem feita. As cores foram uma excelente escolha. Musicalmente o VULTOS VOCIFEROS mostra nesse álbum uma cara mais madura em termos de composição. Não houve mudança na proposta da banda, que é tocar black metal ultra tradicional e rápido, mas as músicas soam mais orgânicas, tem uma pegada mais visceral. Talvez a volta do baterista Mictlantecutli trouxe uma segurança que fez falta à banda no álbum anterior. O álbum começa com a trampada “Crepúsculo de Fogo” que rapidamente se torna o que esses demônios sabem fazer de melhor. Uma faixa ríspida e direta.
“A Ordem do Caos” é outra faixa que investe na velocidade e em riffs matadores. O trampo de bateria em meio às partes mais porradas é muito criativo e isso faz uma grande diferença no resultado final. A terceira faixa é uma das minhas preferidas e chama-se “Rex Infernus”. Ela investe em mais peso e numa bateria cadenciada em seu início e retorna à velocidade logo na sequência. As partes mais lentas dão uma roupagem muito poderosa à essa música. “O Crocitar dos Corvos” mostra alguma melodia em meio ao som mais sujo da banda e é uma faixa muito boa, principalmente pelas quebradas que ocorrem na música, investindo em peso e palhetadas. É uma das músicas mais trampadas do disco, apesar de que momentos mais rápidos existem. A brutalidade e a frieza retornam com “Podre Verme Profano”. Além de ser uma música muito boa, traz uma excelente letra, como por exemplo no trecho “…destruir muros e muralhas, acabar com a farsa cristã, profanar os túmulos dos deuses, no caminho do amanhã”.
A pancadaria continua livre na fudida “Fragmentum Corpus”. “Ritual” traz mais clima em meio à sua brutalidade e riffs cortantes. A minha faixa preferida é a última “Abismal Tormentos” que tem riffs bem climáticos e obscuros, partes mais brutais e momentos mais lentos, sem falar no fudido riff que entra por volta dos 2:40, quase um Destruction antigão. Isso ficou matador. Com certeza “Aeterno Rex Infernus” vai agradar a todos que apreciam o verdadeiro black metal que explode no som e vai direto na sua cara. Grande trabalho.
9/10
Para adquirir o álbum acesse o site da SONGS FOR SATAN RECORDS no seguinte link: https://songsforsatan.com/